Era costume, nas cortes, manter todo um batalhão de mulheres de ascendência nobre para servir a dona da casa. Contudo Peleu não tinha esposa em seu palácio, de modo que as mulheres, ali, eram, em sua maioria, escravas, compradas ou capturadas nas guerras, quando não eram filhas das que o haviam sido. Durante o dia serviam vinho, esfregavam o chão ou lidavam na cozinha. À noite, pertenciam aos soldados ou aos garotos acolhidos, aos reis visitantes ou ao próprio Peleu. Os ventres túmidos que daí resultavam não eram motivo de vergonha, eram lucro: mais escravos. Nem sempre havia violência nessas uniões; frequentemente elas aconteciam por consentimento mútuo ou mesmo afeição. Pelo menos, era isso que sustentavam os homens quando se referiam às suas conquistas amorosas.
Que vida triste