Elis parece viver uma existência que não é sua. Desde a infância carrega consigo a perturbação de uma mãe que a ignorava e de um pai ausente. Sem saber a razão
disso, descobriu misteriosamente a alegria de brincar, em sonho, com a “morte” que
se mostrou generosa, condescendente, apaziguadora e diferente dos perfis que atribuíam a ela. Dois momentos fortes marcaram a adolescência. Esses incidentes
desestabilizaram seus sentimentos e modificaram sua maneira de pensar. Exposta a um emaranhado de limitações, com a consciência intranquila e traumatizada,
enamora-se de um jovem de família humilde, portador de uma síndrome, que a faz
abandonar suas aspirações de estudar e evoluir. Nesse ínterim de tempo, encontra
indícios de que o seu nome de batismo não deveria ser aquele na qual foi registrada e envolve-se em um estranho contexto que revela a misteriosa história de seu pai e ascendentes. Coincidentemente, a pessoa que se posta a seu lado, como benfeitor,
também é elemento integrante dessa trama. As tragédias se avolumam sobre sua biografia. A “morte”, definitivamente a acompanha, tornando-se a grande coadjuvante
dessa história de ultramundos, onde os valores espirituais são duramente
questionados frente ao impacto da enfermidade, envolvendo aspectos morais e de
ascensão social.