Flor de asfalto traz poemas que investigam a condição feminina e a vida na cidade, por meio de uma linguagem situada entre a prosa e a poesia, capaz de dar conta dessas experiências intensas e contraditórias. Como diz um trecho do poema que abre o volume: «O único anagrama possível de parto é rapto/ mas até que seja tarde podemos ficar com optar».
Lucia Forghieri reúne poemas sobre as relações entre a mãe e o bebê, sobre as contradições de ser mãe, sobre a maneira como o ambiente interfere na tarefa da maternidade, sobre a condição feminina fortemente impactada pela presença de um outro radical — o filho ou os filhos.
O título alude ao conhecido poema «A flor e a náusea», de Carlos Drummond de Andrade, e confere ao livro e aos poemas a conjugação de beleza e aspereza. Nos versos da autora, encontram-se e reinventam-se os temas da maternidade, do parto e do espaço urbano. O ritmo e os estímulos urbanos atravessam o cotidiano e invadem a vida íntima; a realidade contemporânea e as diferenças sociais permeiam a rotina e delineiam subjetividades.