Em O campo literário moçambicano: tradução do espaço e formas de insílio, Nazir Ahmed Can, a partir de um conjunto de obras publicadas nos últimos 40 anos, examina os pactos e os impactos do espaço na literatura moçambicana. Refletindo sobre as diferentes formas de tradução das geografias de predileção (os mundos rurais, a Ilha de Moçambique, os territórios do Oriente, a capital Maputo, o universo periurbano) e de mediação com o espaço institucional, o autor localiza no insílio o fio que une a diversidade de usos estéticos e posicionamentos ideológicos postos em circulação. A análise da prática e da representação do insílio, esta espécie de exílio vivido na própria terra, responsável pela dialética do deslocamento e do confinamento que estrutura o campo literário, oferece dados sobre a singularidade da escrita moçambicana e sobre a sua pluralidade interna.