Em Açougueira, a narradora conta seu testemunho de vida e o oferece perante um júri. Essa mulher quieta e observadora espia a vida por uma fresta e vive a vida por uma fresta. «Ir contra Deus, desse jeito, é demais, é ir contra a natureza do homem. Mulher não age assim.» Dizem a ela, e contra deus e tudo, ela segue, abrindo passagens. Neste romance, Marina Monteiro trabalha linguagem e forma de um modo admirável e faz emergir uma história inquietante e polifônica.
Natalia Borges Polesso