Com o talento capaz de conjugar numa única frase opostos como beleza e feiura, sofrimento e afeto, leveza e violência, Aline Bei conquistou uma legião de fãs com O Peso do Pássaro Morto, surgindo como uma das grandes revelações da literatura brasileira contemporânea. Neste novo romance, a autora consolida o seu estilo único — que explora habilmente ritmo, imagens e forma narrativa — e constrói uma trama inesquecível sobre autodescoberta, amor e trauma.
A protagonista é Julia, uma jovem que chegou à vida adulta tentando juntar os cacos de um relacionamento destroçado: a sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto o pai não suporta a ideia de ter sido casado. Ela cresceu sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto e, pouco a pouco, tenta desvencilhar-se da bagagem emocional familiar.
Entre lembranças da infância e da adolescência — que moldaram quem ela é — e sonhos para o futuro — que podem ajudá-la a tornar-se quem ela quer ser —, Julia ensaia a sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento dos seus pais que lhe traz marcas indeléveis. Ao longo desse processo, ora consolador ora angustiante, ela encontra uma série de personagens que a ajudam a enfrentar a solidão e dar sentido à sua história: uma dona de pensão, um pugilista aposentado, uma proprietária de um café e um misterioso escritor.
Com a sensibilidade poética que captura a beleza, até mesmo dos sentimentos mais dolorosos, Pequena Coreografia do Adeus é um romance emocionante que examina o poder devastador das relações humanas — e das possibilidades de encontrar ternura onde menos se espera.