A coletânea Tropas e boiadas (1917) apresenta uma série de contos situados num mundo agrícola e interiorano do passado. Com recursos da oralidade, os textos do escritor remetem à arte de “contar causos”, em narrativas encaixadas em meio a retratos e paisagens que evitam o clichê regionalista ou personagens planos. Para além da originalidade dos temas abordados, esses contos-paisagens recriam o léxico dos boiadeiros e trazem a estética do grotesco.
O livro conta também com as poesias de Hugo, em cujos versos o autor recorre a um lirismo embebido de romantismo, já um pouco ultrapassado em sua época, e de elementos mais inovadores do simbolismo. Ao mesmo tempo, porém, é possível notar um escritor atento às vanguardas europeias que começavam a despontar no início do século XX.