No dia 13 de maio de 1888, foi publicada a Lei nº 3.353, conhecida como Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil. A norma foi resultado de um processo complexo, envolvendo múltiplos fatores, que vão desde a resistência das pessoas escravizadas e crescimento do apoio ao movimento abolicionista até pressões externas.A partir do estudo do Brasil da Era Mauá (1850–1889), a economista Gabriela Santos Carvalho analisa um aspecto que, naquele contexto, costuma passar despercebido: haveria uma relação entre o fim da escravidão e uma transição energética em prol de combustíveis fósseis ocorrida durante a Revolução Industrial? O livro inaugura a série “Energia”, coordenada pelo professor André Felipe Simões (USP), e que reunirá obras que abordam, sob uma perspectiva crítica, os múltiplos aspectos da produção e consumo de energia, em especial sua relação com questões socioambientais prementes, como as mudanças climáticas, (in)justiça e desigualdade(s).