“A Engomadeira” é uma obra emblemática de José de Almada Negreiros, escrita em 1933 e pertencente ao movimento modernista português. O livro é uma novela que flerta com a prosa poética, caracterizada por sua linguagem incisiva e por uma crítica social incisiva que revela as tensões do cotidiano em Lisboa. A narrativa gira em torno de uma engomadeira, cujo papel reflete aspectos profundos da identidade feminina e das convenções sociais da época, explorando conceitos de beleza, consumo e a luta pela liberdade. Nesta obra, Almada Negreiros não apenas narra, mas convida à reflexão sobre as disfarçadas opressões e desejos humanos em um contexto urbano em transformação. Almada Negreiros, um dos principais nomes do modernismo em Portugal, foi um artista multifacetado, atuando como escritor, pintor e cenógrafo. Sua formação em diversos campos artísticos e sua vivência no ambiente cultural português influenciaram sua visão crítica e estética. “A Engomadeira” surge em um período em que o autor buscava redefinir a literatura e a arte em Portugal, afastando-se das tradições anteriores e explorando novas formas de expressão. Recomendo “A Engomadeira” a todos que buscam uma leitura que desafie as normas sociais e ofereça profundidade psicológica. Almada Negreiros expõe, com sensibilidade e vigor, as complexidades da condição feminina, proporcionando ao leitor uma experiência rica e provocativa. Esta obra, além de sua importância histórica, permanece relevante na discussão das dinâmicas sociais contemporâneas.