A temática do abuso, em suas diferentes formas, era ignorada até recentemente. Por tratar-se de uma pauta supostamente progressista, lideranças conservadoras tinham dificuldade em lidar com a questão, ainda que a parcela feminina de nossas igrejas continuasse a sofrer em silêncio. Yago Martins decidiu furar essa bolha e denunciar interpretações distorcidas do texto bíblico que têm sido utilizadas como instrumento de opressão. Igrejas que calam mulheres não foge ao desafio de enfrentar questões teológicas que, mal compreendidas, resultam em situações desastrosas para mulheres de igrejas do Brasil e do mundo. Partindo de casos concretos com os quais lidou como pastor de uma igreja local, Yago, em boa hora, resgata o sabor teológico mais fundamental para dar respostas objetivas a abordagens supostamente bíblicas, mas que acabam por calar e sufocar aquelas que são a parcela majoritária da igreja. Conforme aponta o autor, «A boa teologia liberta, enquanto a má teologia produz ambientes religiosos traumáticos e abusivos». Este livro, portanto, não apenas desafia leituras distorcidas, mas também enfatiza uma teologia bíblica que promove igualdade, respeito e liberdade. Aqui, a boa teologia é apresentada como força libertadora, destacando como a compreensão correta pode trazer cura e restauração.