A obra Decolonizar valores: ética e diferença apresenta uma rota disruptiva, uma revanche diante das molduras da filosofia moral que se aportam — em nome da continuidade de valores e normas amplamente excludentes e coloniais — no rebaixamento, na neutralidade e no aniquilamento da diferença. Uma ética da diferença tem como compromisso contorcer a norma, desvelar que há, no interior dessa moralidade, um desprezo pela alteridade, pois manipula o reconhecimento como exercício asfixiante da diferença, enquanto hipervaloriza a presença da semelhança. Assim, o interesse capital desta obra se fundamenta na compreensão subversiva, potente e dialógica da diferença diante de uma realidade forjada na memória colonial e no seu fetiche genocida pela igualdade.