Entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, o cinema brasileiro passou por uma importante retomada. Com novos mecanismos de apoio à produção, incentivos fiscais e o surgimento de novas produtoras, pouco a pouco, a produção nacional ganhou espaço nas salas de exibição brasileiras, alcançou um novo patamar de qualidade e conquistou a confiança dos espectadores.
Apoiada no conceito de Filmosofia — que, segundo o pesquisador inglês Daniel Frampton, é um «manifesto em favor de uma nova maneira radical de compreensão do cinema» –, Deise Quintiliano se dedica, com bastante competência, neste livro, ao estabelecimento de relações dialógicas entre os signos que vemos projetados no telão, atuando como um pensamento independente, afinal, o cinema pensa, a câmera… também!
O livro traça uma diretriz difícil, laboriosa e original, com o objetivo de extrair de dois filmes brasileiros contemporâneos uma criatividade investigativa, com claro apelo ora não mais à hermenêutica, à interpretação, mas à semiologia, à construção conjunta de imagens que também falam.