Patricia Gherovici não tem compromisso com ortodoxias ou preconceitos calcificados. Essa disposição, que o leitor sentirá do começo ao fim desde «Transgênero: Lacan e a diferença dos sexos», vem acompanhada de sua vasta experiência clínica como psicanalista e de seu conhecimento atualizado da cultura contemporânea.
Gherovici dá ouvido às críticas que denunciaram a normatividade de uma certa psicanálise, mas também resgata autores e conceitos que tornaram uma outra clínica, aquela digna de seu nome, apta à escuta e à cura. A autora nos convida ao reconhecimento da experiência de sofrimento de sujeitos cuja questão fundamental é a vida ou a morte.
Transgênero é um livro que busca alcançar o horizonte da subjetividade de nossa época.