Lisboa, 1760: por entre os escombros do Grande Terramoto, um cais oferece aventuras e, quem sabe, um futuro melhor. Rio de Janeiro, anos 1970: sob a vigília do regime militar, a busca por respostas no passado. Dois séculos de histórias — de pessoas e de povos — a cruzar o Grande Mar Oceano. Na Biblioteca Nacional, um jovem bibliotecário tem acesso a um velho baú contendo manuscritos antigos, fotografias, mapas. Percebe tratar-se de alguns diários contendo o registro detalhado da vida de Lúcia, uma portuguesa que, com o marido, chega ao Brasil em fins do Século XVIII, abandonando Lisboa. Moisés, esse jovem leitor, revela então a aventura dessa mulher em pleno Brasil-Colônia. «Por seus olhos também, acabamos lendo as cartas de amor escritas por Joaquinna, filha adotiva de Lúcia, a seu amado J.G., negro escravo, durante a Guerra do Paraguai e acompanhamos o descortinar do século XX nos diários de Isabel, sua filha. O romance acompanha a vida dessas três mulheres, atravessando dois séculos e meio da História do Brasil», explica o autor. É em seus diários e cartas que essas personagens deixarão suas impressões, suas esperanças e medos.