A adequação do regime de responsabilidade civil diante dos desafios tecnológicos
é de importância crucial para a sociedade. A final, o impacto social de uma potencial
inadequação nos regimes legais existentes na abordagem dos novos riscos pode comprometer
os benefícios esperados. Se o ordenamento for insuficiente ao lidar com danos
causados pela IA e tecnologias digitais emergentes, vítimas podem ser privadas de uma
indenização, mesmo que uma análise equitativa possa em tese justificar a compensação.
Isto sem contar a inexorável presença das novas tecnologias em todos os aspectos da vida
social e o efeito multiplicador da automação, amplificando significativamente os danos, ao ponto de que se tornem virais, rapidamente propagando em uma sociedade densamente
interconectada. A obra “Responsabilidade civil e novas tecnologias” é uma iniciativa do IBERC — Instituto Brasileiro de Estudos de Responsabilidade Civil — consubstanciando
22 (vinte e dois) artigos redigidos por profissionais de elevada qualificação, representando
as mais diversas interfaces entre as possibilidades sem precedentes que o futuro nos abre e a tarefa que incumbe ao ordenamento jurídico de prevenir e compensar lesões a interesses patrimoniais e existenciais concretamente merecedores de tutela.