Dono de invejável cultura, acuidade de raciocínio e sensibilidade crítica, Sérgio Telles revela uma capacidade inquietante de viajar, como um nômade, pela escritura da psicanálise e pela produção artística. Um errante: entra e sai do estranho país freudiano, trazendo sempre uma perspectiva de fora de criadores consagrados, como Van Gogh, Tchekhov, Maupassant, Machado de Assis, Spencer Tunick, Munch, Santa Teresa d'Ávila, Guimarães Rosa e Paul e Jane Bowles. Mas não para por aí: a consciência de que todo analista é também um crítico da cultura que testemunha faz com que Telles agregue à série de ensaios que compõem o livro alguns textos sobre o mal-estar na civilização.
Betty Fuks