Escrita originalmente por Maria Clara Machado como peça teatral infantil, O cavalinho azul não demorou a receber elogios do público e da crítica. Sua primeira montagem, em maio de 1960, no Tablado — célebre escola de teatro batizada com o mesmo nome da companhia amadora fundada pela autora em 1951 —, contou com a direção-geral da própria Maria Clara.Assim como Pluft, o Fantasminha, peça que revolucionou o teatro infantil brasileiro e consagrou o nome de sua autora como o mais importante da dramaturgia para crianças, O cavalinho azul também seria um marco em sua obra tornando-se conhecida em outros formatos. A história do menino Vicente, que sonhava com seu cavalo azul, foi adaptada para o cinema em 1984, com direção de Eduardo Escorel, traduzida para outros idiomas e recebeu da própria Maria Clara os toques que a transformariam num texto em prosa.Esse texto em prosa, publicado anteriormente com ilustrações de Marie Louise Nery, ganha agora nova edição, que a Nova Fronteira se orgulha de trazer a público, com a ortografia atualizada e as ilustrações de Graça Lima, que dialogam perfeitamente com a linguagem teatral da narrativa de Maria Clara Machado. Esperamos com isso que as novas gerações de leitores conheçam este belo texto, e que aqueles que já o conhecem possam desfrutar novamente do prazer de sua leitura.Esta história de muitas histórias — do Vicente, do cavalo e do Velho que a contou — com episódios reais e imaginários, valores, sonhos e perseverança, já encantou muitas gerações, e é fácil saber por quê. Quando terminamos a sua leitura, ficamos maravilhados com a poesia do enredo e dos diálogos, as peripécias dos personagens e os sentimentos que tudo isso desperta em nós. Em linguagem simples e direta, marca dos textos de Maria Clara, O cavalinho azul é como um tesouro que guardamos para sempre. Basta ver, ler e sonhar.