Harpagão é um velho odioso, pão-duro e mesquinho. Sua avareza beira o ridículo: dizem que já processou na justiça o gato do vizinho por ter comido o resto de um pernil de carneiro. E beira também a sordidez: ele não apenas se recusa a emprestar dinheiro para o próprio filho, Cleanto, sem cobrar juros abusivos, como também aceita negociar o casamento de Elisa, sua filha, com qualquer um que a aceite sem dote. Possivelmente a peça mais difundida de Molière (1622–1673), “O avarento” estreou em Paris em 1668, e é até hoje a obra mais encenada no mundo inteiro deste que é o pai da comédia moderna. Um clássico inconteste.