O livro percorre as diferentes configurações assumidas pela colonização europeia do Novo Mundo do século XVI ao XIX, analisando a trama entre as construções ideológicas e as situações históricas concretas. Explica as polêmicas teológico-jurídicas travadas na Espanha a propósito dos direitos dos indígenas, em cuja defesa se ilustraram Bartolomeu de Las Casas e Francisco de Vitoria. Ambos condenaram a escravização das populações colonizadas, sem muito êxito prático, mas fixando o princípio teológico da universalidade da condição humana. Examina também o impacto das novas concepções de propriedade, gestadas no mundo europeu, sobre as condições de existência dos indígenas. Nos Estados Unidos do século XIX, o grande e contínuo fluxo de imigrantes europeus atraídos pela concessão de terras no Oeste expulsou de seus territórios os povos indígenas, uns após os outros, exterminando quase todos.