Santa Teresa de Jesus (1515–1582) inspira mulheres e homens, transforma vidas. Sua influência ultrapassa em muito os limites da Igreja Católica. E a recíproca também se verifica: quanto mais mulheres ocupam espaços na Igreja e na sociedade, mais Teresa é admirada. Segundo a autora, Teresa não exorta a servir a Igreja em abstrato, mas aos homens e mulheres que a compõem, sem que se deixe de ser sempre sensível a tudo o que é humano. Teresa empenhou-se para que seus leitores estabelecessem uma amizade com o Jesus dos Evangelhos — “este Jesus que viveu, morreu e ressuscitou”, pois sua representação da Humanidade sagrada inclui esta totalidade de Cristo. Neste trabalho de fôlego, fruto de sua tese doutoral, Lúcia Pedrosa-Pádua nos brinda com uma síntese criativa do projeto existencial de Teresa de Jesus, cuja santidade uniu de forma exemplar o caminho místico e a missão humanizadora. Segundo a autora, ao contrário de místicas medievais como Catarina de Sena, por exemplo, na obra teresiana não encontramos doutrinas ou mensagens sobre a Igreja ou para ela. Nisso Teresa se distingue. O que ela oferece é um modo de viver a graça, em consonância com sua experiência mística, ou experiência do mistério de Deus. E só então emerge sua eclesialidade, em duas dimensões intrinsecamente relacionadas: a mística e a profética. Este livro nos convida a percorrer um itinerário com Santa Teresa, partindo de seu contexto histórico-teológico, acompanhando suas paisagens interiores na experiência das Pessoas divinas, para assim podermos perceber a admirável humanização de sua espiritualidade.