«Meditação 17» reúne cem minirromances de um único autor. Os temas são os mais variados: uns retratam experiências triviais do cotidiano; outros abordam, simbolicamente, a estupidez ontológica do homem, das cavernas pré-históricas às cavernas presentes; as reflexões recorrentes sobre o suicídio se irmanam a enredos sobre a arte — como a música de Sebastian Bach, o método paranoico-crítico de Dalí, a abstração de Kandinsky. Em termos de estilo, uns são mais expansivos — duas ou três páginas –, outros se aproximam da «estética da indigência», de Samuel Beckett. Em diálogo com a literatura, há textos sobre poéticas da atualidade, como também aqueles que se embasam em tragédias gregas, em Shakespeare, em Borges, e até na batalha final de Alonso Quijano. Nessas variações, o leitor logo perceberá que cada texto é independente, podendo ser lido em qualquer ordem. E a leitura é sempre surpreendente e de estímulo a novas buscas literárias.