O ano de 2019 foi marcado pelas imagens da catedral mais famosa do mundo em chamas, cenas tão intensas que provocaram uma sensação de perda até entre não religiosos. O colapso do pináculo, testemunhado por milhares de pessoas, sinalizou o fim de uma obra-prima da arquitetura que se tornou um ícone de Paris.
Para Agnès Poirier o ocorrido foi mais do que um incêndio em um ponto turístico, pois abalou certezas. Afinal, se um monumento que sobreviveu à guerras e invasões por quase um milênio podia desabar de uma hora para a outra, o que isso nos diz sobre a história da humanidade? Será que a fraternidade, a liberdade e a igualdade também não poderiam ser consumidas pelo fogo?
Neste livro, de leitura ágil e impactante, a tragédia de 2019 é ponto de partida para uma investigação acerca do surgimento da catedral e das inúmeras mudanças pelas quais passou, dissolvendo a ideia de que Notre-Dame sempre existiu daquela maneira. Aliando uma escrita que mescla o jornalismo literário à pesquisa acadêmica, Poirier convida o leitor para um percurso de 850 anos na história da catedral que sempre foi muito mais do que apenas um espaço litúrgico e que, mesmo depois do incêndio, continuará presente com imensa força no imaginário ocidental.