Em 1896, enormes pepitas de ouro foram encontradas, no Alasca, na confluência dos rios Yukon e Klondike. A descoberta do cobiçado metal nesta região inóspita fez com que hordas de norte-americanos juntassem suas economias e rumassem ao norte, na tentativa de enriquecer. Para sobreviver em meio ao frio, era necessário levar provisões abundantes e cães fortes para puxar trenós, o único meio de transporte confiável.
Jack London (1876–1916), que tentou a vida no garimpo em 1897, narra neste romance as aventuras de Buck, o privilegiado cão doméstico de uma família californiana. Em meio à febre do ouro, Buck é roubado de seu ambiente e contrabandeado para o Alasca. No caminho, sofre uma série de maus-tratos, até que encontra refúgio em uma irmandade de cães e, assim como os corajosos garimpeiros, vê-se na necessidade de se adaptar à vida selvagem. Buck entra em contato com sua natureza primitiva, em uma jornada de autoconhecimento, e redescobre seus instintos. O chamado da floresta, publicado no formato de folhetim em 1903, deu fama mundial a Jack London e é talvez o romance mais difundido da literatura norte-americana: entre uma e outra aventura em uma das paisagens mais hostis do globo, o leitor é levado a reavaliar seus princípios de civilidade, lealdade e liberdade.