Da extraordinária e inexplicável aventura que viveram Turista e seus amigos ao perderem suas sombras, na mesma manhã de sol em que Clara, a nova moradora, apareceu na vida deles e encontrou o 11.º andar, que não existia no prédio.
Numa manhã de sol, no caminho para a escola, cinco meninos descobrem que suas sombras desapareceram. É também o primeiro dia de aula de Clara, a nova moradora do prédio onde moram os meninos, que, além de cair na mesma sala que eles, atraiu os olhares de cada um na sua primeira aparição ao sair do elevador. Os meninos, amigos inseparáveis, nessa manhã inusitada, se veem inesperadamente perseguidos pelo dono do único casarão do bairro, o Sr. Arandy, que surge de repente no jardim, depois de um deles repetir a mesma travessura de sempre. Eles, um cão e um velho cego, dono de uma biblioteca infinita e labiríntica, moram num prédio que não tem o 11.º andar. Nesse andar que não existe — no livro anterior, O encanto da Lua Nova, hospedaram-se nele seres imaginários como Annabel, a feiticeira prisioneira de um encanto, e personagens literários como Poe, Rimbaud, Fernando Pessoa e Emily Dickinson -, agora habitam novos inquilinos, astrônomos e cientistas, como Galileu, Ptolomeu, Copérnico, Newton, Tales, entre outros. Com o sumiço de suas sombras, os meninos fazem de tudo para reencontrá-las e, ao mesmo tempo, quando se descobrem transparentes ao sol e a qualquer outra luz, eles buscam alguma explicação e tentam desvendar o mistério. As horas claras é uma aventura com a maior sombra de dúvida. Mas as sombras, em vez de esconder, podem revelar muitas coisas. Uma história sobre claros e escuros, atrações e gravidades, encontros e acasos, paixões e poesia, dúvidas e descobertas, e uma grande tentação: «a doença da curiosidade».