Três primos, com três diferentes cidadanias, tentam juntar as memórias de toda a família desenhando o mapa da sua cidade de origem, Mogadíscio. Quando Igiaba Scego, sentada àquela mesa, tem que desenhar o seu mapa pessoal, fica perplexa. Ela se dá conta de que não conhece a cidade onde sua família viveu antes de se mudar para a Itália. A sua Mogadíscio é Roma, cidade onde nasceu e cresceu.
Por isso, àquele mapa familiar, ela junta os lugares da sua vida italiana. Através de seis estágios romanos, cada um dos quais correspondendo a uma parte de sua vida, a autora delineia uma topografia afetiva autobiográfica, que se torna, a um só tempo, o desenho de uma memória pessoal e coletiva. Se o livro de Igiaba Scego se assemelha a um mapa, é também porque nos leva à descoberta de um tesouro precioso: uma nova perspectiva sobre a condição humana de imigrante, que é a de todos nós.
Em Minha casa é onde estou, a autora nos ajuda a nos deslocarmos do nosso lugar de origem, e assim desenvolvermos um novo olhar — geográfico, linguístico, psíquico, literário — para enxergar melhor o outro. Atualíssimo, o livro é uma espécie de antídoto para o ódio que se alastra pelo mundo contra aqueles que definimos como estranhos-estrangeiros, seja porque vêm de outro país, seja porque carregam em si traços que consideramos inferiores, apenas porque diferentes.