Um dos escritores americanos mais traduzidos e internacionalmente populares, Jack London (1876–1916) baseou vários de seus livros nas suas próprias experiências como garimpeiro no Klondike, em 1897. Em O chamado da floresta (1903), descreveu o retorno de uma criatura “civilizada”, o cachorro Buck, à natureza em liberdade. Em Caninos brancos (1906), retrata a enorme adaptabilidade “social” de uma criatura selvagem, o cachorro-lobo do título, e o seu “progresso” gradual para a civilização. As vicissitudes de Caninos Brancos — especialmente quando consideradas em conjunto com a história de vida do criminoso Jim Hall, relatada em poucos parágrafos no capítulo final — também podem ser facilmente interpretadas como um apelo pela regeneração social dos marginais humanos.