Em Meia-noite na biblioteca — Temporada 2, a paisagem ficou vazia de pessoas: ruas, praças, escolas, campinho de futebol, igrejas, comércio, enfim, o bairro inteiro. Até a sorveteria do seu João fechou de uma hora para outra e deixou as abelhas sozinhas e desorientadas.
Com o início da pandemia, a biblioteca no cemitério é fechada pela primeira vez em dez anos. A quarentena é decretada, e todos que frequentavam a biblioteca agora são obrigados a ficar confinados em suas casas, podendo sair apenas para atividades essenciais.
Aline sabe que a biblioteca presta um serviço essencial e que o livro é uma boa companhia em tempos de isolamento. Ela encontra uma passagem pelo muro do cemitério e, às escondidas, faz visitas à biblioteca para pegar livros e com ajuda de Ayo, o namorado, e Dedê, parceiro na biblioteca, vai distribuindo-os pelo bairro.
Seguindo os protocolos sanitários de prevenção contra o vírus, eles organizam ações sociais para enfrentar e minimizar os impactos da quarentena na vida de famílias vulneráveis, que se veem, repentinamente, sem emprego e em dificuldades financeiras.
Aline circula pelo bairro carregando uma caixa de livros em sua bicicleta. A biblioteca comunitária agora vai ao encontro de seus leitores.
Os quatro meninos, cada um confinado em sua casa, sofrem com a biblioteca fechada, mas descobrem outras formas de convívio e encontros. Osmar conhece várias palavras novas que a pandemia revela. Luís vê um verbo se espalhar pelo bairro. Mário começa a escrever redações sobre o que está vivendo e, assim, dá um abraço diferente no amigo Paulo.
Aline passa a maior parte do tempo em casa, com a avó Bintu, que vive debruçada na janela do seu quarto e observa o lado bom de o mundo ser obrigado a parar, pois polui menos. As árvores e plantas da Praça Adotada nunca foram tão vistosas.
Aline é surpreendida ao receber a carta de despejo da biblioteca da casa do ex-coveiro, porque o cemitério precisa ampliar os seus serviços durante a pandemia.
Meia-noite na biblioteca — Temporada 2 é também um registro ficcional da nova fase enfrentada pela Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, em Parelheiros, durante a pandemia, que se vê perdendo o seu espaço no cemitério e, ao mesmo tempo, criando e organizando ações sociais e literárias pelo bairro.
Novamente, o leitor irá descobrir o que se pode fazer com os livros e a literatura ao enfrentar uma rotina necessária no mundo todo, que isola as pessoas, pois qualquer tipo de aglomeração e encontro é perigoso.