Segundo romance de Paula Gicovate, autora que trabalha as questões mais sutis e delicadas dos relacionamentos afetivos, e insere a mulher num patamar decisório e libertário. Trecho: «Estou aqui, ele está comigo, e nada mais importa. Mas, quando o sol nasce, o feitiço se acaba. As mãos se soltam na porta da boate, o beijo vira um estalo tímido na porta do táxi, o nó do corpo se desfaz porque ele vai para um lado e eu para o outro.
De casa ele me escreve, me manda mais uma música, e diz que não consegue dormir
pensando em mim. Tenho amor e raiva, acho bonito e covarde que ele viva desta forma, masé justamente encarar meu vazio no início da manhã que me faz pensar que talvez eu esteja em um lugar melhor do que ele. A solidão é mais honesta do que deitar com alguém que não se quer.»