Ana Cristina Cesar — O sangue de uma poeta é o retrato de uma geração e de seu anjo azul. É impossível pensar em Ana Cristina sem mergulhar na geração dos anos 1970. Analisar sua obra é analisar sua vida, já que a poeta viveu a radicalidade da fusão arte-vida.
Guiado pela memória, Italo Moriconi escreve a primeira biografia de Ana Cristina Cesar, que é também um painel daquela geração e de suas ideias em relação às quais Ana teve protagonismo.
Um perfil no horizonte da crítica literária, uma biografia intelectual. Nada de fofocas sobre a vida trágica da escritora que se suicidou em 1983, aos 32 anos.
Uma poeta de grande originalidade ou uma promessa que não se concretizou? Uma espécie de aristocrata convivendo com poetas marginas. «Uma poeta-que-pensa. Uma poeta-crítica. Não apenas mais uma fazedora de versos.» Musa e mito da geração dos “filhos da PUC”, Ana C. mantinha um certo pudor em um tempo em que todos partiram para o desbunde.
Neste livro aparecem: a poeta precoce que ditava seus versos à mãe quando ainda não sabia escrever; a vida na Inglaterra; as vivências da luta contra a ditadura; os tempos do Opinião e do Beijo; o método de composição de Ana; o conflito com a estrutura masculina da liderança intelectual; a intensidade produtiva e reflexiva que marcou toda a sua vida.
Italo Moriconi é professor de literatura na UERJ e poeta.