A obra de Hannah Arendt (1906–1975) constitui uma das mais importantes contribuições para se compreender o complexo quadro político do século XX. Os quatro ensaios reunidos nessa edição pertencem a três momentos diferentes de sua trajetória e têm como principais temas de análise a liberdade e o exercício da política. «Imperialismo totalitário: reflexões sobre a revolução húngara» fez parte da edição de 1958 de “Origens do totalitarismo”, o primeiro livro da autora, e expande a noção de totalitarismo de forma a dar conta do caso soviético. Trata-se também de uma veemente denúncia do massacre do levante de Budapeste, feita pouco tempo depois do emblemático episódio.
Os ensaios «Ação e a busca da felicidade» (1961) e «Revolução e liberdade» (1962) datam do período em que a escritora preparava o livro «Sobre a revolução», de 1963, que investiga basicamente as duas revoluções modernas — a francesa e a americana — destacando uma forma política nova que aparece com elas, o sistema dos conselhos.