Um livro de estreante é uma virgindade. Antes de cortar as páginas, tem-se a emoção do desconhecido. Quem sabe? Talvez haja nesse volume o primeiro grito de um grande talento. Uma mulher com véu passa; o coração bate, ela é seguida; meu Deus! Se ela fosse quem espero! Eu sei que as mulheres e os livros trazem muitas desilusões; a mulher é uma feiura, o livro dá sono. Não importa, pelo menos houve o charme da esperança.
Essa joia rara, acabo de experimentá-la lendo la Dévouée do Sr. Léon Hennique. Vai-se de descoberta em descoberta; um espanto com um acento novo; diz-se ingenuamente: «Como! Esse rapaz já tem todo esse talento!» E é um grande elogio, apesar do gracejo da exclamação. Quando recebo o último romance de um escritor cujas boas qualidades conheço, tenho o prazer de só constatar mais uma vez essas qualidades. Mas aqui se trata de uma terra desconhecida de que meu espírito toma posse.