Viagens na minha Terra é considerado o marco inicial da moderna prosa portuguesa. Ao lado de Alexandre Herculano, Almeida Garret compartilhava o projeto de, a partir da literatura, conceber uma cultura nacional que se revelasse como herdeira das tradições do país. Uma literatura portuguesa nova, com o que de melhor caracterizasse o povo luso. Em 1843, Garrett começou a publicar Viagens na minha Terra na Revista Universal Lisbonense, mesclando suas impressões da viagem ao vale de Santarém à narração novelesca em torno de Carlos, Frei Dinis e Joaninha.
Colocando frente a frente o Frei Dinis, representante do velho Portugal, absolutista, e Carlos, representante da renovação e do liberalismo, o autor trabalhou duas de suas paixões, a política e a literatura, deixando para sempre sua marca como renovador das letras e partícipe do cenário político português do século XIX.