As teorias das identidades transformaram-se em versões atuais dos velhos discursos discriminatórios. Exacerbam diferenças e separatismos em detrimento das afinidades humanas, servindo projetos ditatoriais. África sofre duplamente os efeitos destes disfarces ideológicos. Internamente, vários regimes procuram legitimar políticas de atraso e repressão com apelos «identitários» que inviabilizam a integração africana
necessária ao desenvolvimento e inserção justa no mundo. Externamente, é atribuído um papel a África que também inviabiliza esse desenvolvimento e inserção, enquanto africanos e seus descendentes em outros
continentes sofrem discriminações e negação de direitos de cidadania. As políticas identitárias são inimigas da cidadania e as sociedades africanas têm de sair das lamentações e partir para lutas criadoras de força própria capaz de derrubar as imposturas locais ou globais.