Vencedor do prêmio Pulitzer de poesia em 2020, A tradição, do norte-americano Jericho Brown, afirma o corpo como um lugar de encontro, resistência e celebração.
Contra a rasura e o controle sobre os corpos gays e negros, Brown canta com ternura toda a beleza em sua força poética e política, escolhendo Eros como aquele que conduz os seus versos.
Ao fundir formas líricas diversas, tais como o soneto, o gazel e o blues, o livro nomeia a casa, a mãe, a memória, a cama desfeita depois do amor, e, ao mesmo tempo, a rua, o medo e o risco de cruzar a cidade e se tornar alvo da polícia.
Como escreve a poeta Anelise Freitas na orelha: «O que seria a tradição para um corpo negro? Provavelmente, a opressão, a violência, a dor — poderia afirmar um leitor desavisado. Mas, para Jericho Brown, a tradição é tudo o que o corpo pode sentir e experimentar para além da cólera. O corpo, neste livro, está livre para sentir. Entre a felicidade que se tem e a que se merece, os poemas nos ensinam sobre a liberdade.»
Em tradução certeira de Stephanie Borges, os poemas de Brown chegam para abrir caminhos e dizer em qual direção a vida segue.