«Do previsível e inesperado» conta-nos sobre a nossa inegável apatia em relação ao previsível. É possível, então, chamar algo de inesperado? Para Maurício Santos, não. O autor revela-nos a teimosia inesgotável do ser humano em evitar decifrar os sinais, em achar que tudo está sob controle, inclusive, os latidos de alerta e as tempestades anunciadas. Tudo é sonoro neste livro, até mesmo o silêncio de olhar para uma janela e nada encontrar do lado de fora. Previsíveis, as personagens, quando passam a escutar suas paixões e suas dores, colocam-se em estágio de sonolência profunda, confinadas em suas próprias sombras. Inesperado é o desejo de se manterem um passo atrás da narrativa, como se precisassem do “Era uma vez” outra vez.