Uma voz forte e importante da literatura brasileira contemporânea
Os contos escritos por Helena T. agem no leitor feito o traço escuro no papel que, ao se empunhar um estilete, tanto serve de guia para criar enfeites, como para abrir feridas. Em ambos os casos, cumprem sua função literária de intervir nas sensações do leitor, recorrendo a uma linguagem poética que, ao acusar verdades, também assopra.
Depois de se dedicar a publicações para o público infantil, Helena T. se firma no território de textos adultos, fustigando o imaginário do leitor com cenas cotidianas mostradas pelo avesso.
Dali ela enxerga o apartamento onde mora, a cortina está aberta, o néon do letreiro invade o quarto e põe cor no seu colchão –— azul, vermelho, azul, vermelho.
A escritora britânica Virgínia Woolf escreveu que ler um bom livro «…parece realizar uma operação de catarata em nossos sentidos, enxerga-se com mais intensidade; o mundo parece despir sua capa e receber uma vida mais intensa.»
É assim com Luz de Néon.