A peregrina foi lançado em 1684, na Inglaterra, como sequência do primeiro livro O peregrino. Neste, John Bunyan conta a história da família de Cristão, que ficara para trás na Cidade da Destruição. No entanto, arrependidos de sua incredulidade e de terem zombado do marido e pai angustiado por sua condição de pecador, sua esposa e filhos se propõem a seguir a mesma jornada desse bom homem. Antigos personagens com novas percepções, novos personagens, locais e desafios comporão o cenário desta peregrinação até a Cidade Celestial.
A abordagem de Bunyan a esta segunda alegoria é mais leve e bem-humorada. A vida familiar está mais detalhada, e fica nítida a preocupação do autor com o evangelismo e discipulado das crianças. Se os opositores continuam sendo muitos, os companheiros de caminhada se multiplicam. Entre eles são representados cristãos de natureza mais frágil e que se debatem mais com as questões da fé. Talvez isso seja fruto da vivência ministerial do “Bispo Bunyan”, como ele ficou conhecido na região onde pastoreava. A observação de que nem todo servo de Cristo é um «campeão da fé", mas que precisa de auxílio, misericórdia e compaixão de seus irmãos é belamente ilustrada no relacionamento entre os peregrinos.
Também é interessante observar a ênfase do autor na influência e testemunho deixados por Cristão em sua prévia caminhada. Isso ressalta o princípio bíblico de que todos os que são fiéis a Cristo deixam atrás de si um rastro por onde podem seguir aqueles que os sucedem. Os imitadores de Cristo mais maduros servem de orientação para os novos da jornada. E, neste quesito, o próprio Bunyan está incluído. Seus livros atravessam os séculos inspirando e guiando os cristãos.
Esta edição que você tem em mãos contém as ilustrações de uma edição inglesa de 1890. Quatro desenhistas dão forma aos personagens tão bem descritos por Bunyan, e suas personalidades ficam evidentes em suas expressões facial e corporal.
Acompanhe cada um dos personagens, observe como os relacionamentos se desenvolvem, perceba a luta contra a tentação e a perseverança na provação. E, por fim, ouça seus cantos enquanto ascendem à Cidade Celestial para se encontrar com seu Senhor.
Seja lá com qual personagem mais se identificar, é importante que você saiba que o crescimento na graça nunca é uma caminhada solitária. Que você, como um bom peregrino, se inspire nessa narrativa alegórica para firmar convicções e jamais perder de vista seu destino eterno!