Agora são os ipês cor-de-rosa. Depois virão os amarelos. Por fim, os brancos. Cada um dizendo a mesma coisa de forma diferente. Variações sobre o mesmo tema, brincadeira musical que poderia ter sido composta por Vivaldi ou Mozart, se Deus não lhes tivesse tomado a dianteira. Sugiro uma pequena sinfonia em três partes. Primeiro movimento, «Ipê-rosa», andante tranquilo, como o coral de Bach que descreve as ovelhas pastando. Ouve-se o som rural do órgão. Segundo movimento, «Ipê-amarelo», rondo vivace, em que os metais, trombones, trompas, tubas, pistões, cores parecidas com as do ipê amarelo, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, «Ipê-branco», moderato, em que os veludosos violoncelos falam de paz e esperança.