Linhas é o livro de estreia da poeta Nicole Cristofalo.
Na primeira parte, são impressas linhas assimétricas, dissonantes, que buscam, por meios de temas diversos, ressignificar desde aspectos triviais do cotidiano até as inquietações provocadas pela infância e pela morte, preenchendo a sensação de “esvaziamento” de sentido agambeniana (a ideia de existir sem viver), tornando-os experiências.
Na segunda parte, as linhas se tornam simétricas, consonantes, e encontram na ressonância das árvores, dos troncos, das folhas, dos caules, seu objeto principal, primordial, «que alguns pais cultivaram / visto secar a mancha
da seiva / de vermelho / como uma placenta / ri e espelha ao Sol».
As imagens de Ronald Polito complementam com exatidão o sentido dos poemas que acompanham.