Este livro é fruto da dissertação de mestrado de Tatiane Peres Alves Negrão, orientada pela Professora Doutora Ligia de Carvalho Abões Vercelli, defendida no mês de dezembro do ano de 2018, no Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Práticas Educacionais da Universidade Nove de Julho (Progepe/Uninove).
A inquietação para realizar o estudo sobre o período de adaptação e os objetos transicionais no processo surgiu a partir de nossas observações no cotidiano de um Centro de Educação Infantil (CEI), ao percebermos que muitas professoras impediam os bebês[1] e as crianças pequenas de utilizarem esses objetos no dia a dia escolar, justamente à época do ingresso na instituição, momento no qual os pequenos se separam de suas figuras de afeto.
Para Winnicott (1998), desde os primeiros meses de gestação a mãe e o bebê estabelecem uma ligação de afeto e carinho entre si, através de um sentimento que é nutrido entre ambos no decorrer da gestação. Após o parto, essa relação de afetividade continua a ser fortalecida pelos momentos de cuidados que a mãe realiza com seu bebê e pelo contato físico existente entre eles.
Após o nascimento, o bebê até os seis meses de idade é muito dependente da mãe, e esta se torna sua figura de referência, aquela essencial à sua sobrevivência. Aos poucos, conforme o desenvolvimento do bebê, essa relação de referência e dependência dele pela mãe, vai se tornando mais distante, ele adquire maior independência e começa a explorar novos espaços e possibilidades. (Winnicott, 1998).
Nesse processo de desenvolvimento e maturação do bebê, de acordo com o autor, existe o desafio de se ver separado da mãe, pois o sentimento de afetividade que une mãe e filho é muito forte. Assim sendo, para amenizar o sofrimento pelo distanciamento da mãe, o bebê começa a se interessar por objetos que fazem parte do seu cotidiano, sendo esses nomeados como “objetos transicionais” ou “objetos de apego”.