Um daqueles que você ama vai morrer. Debruçado sobre ele, o coração apertado, vê estender-se, lentamente, sobre seus traços a sombra do Além. O fogo interior lança apenas pálidas e trêmulas luzes; e eis que se enfraquece ainda mais, depois se apaga. E agora, tudo o que, nesse ser, atestava a vida, esse olho que brilhava, essa boca que emitia sons, esses membros que se agitavam, tudo está velado, silencioso, inerte. Sobre esse leito fúnebre, há somente um cadáver! Que homem não se perguntou sobre a explicação desse mistério e, durante o velório, nesse colóquio solene com a morte, pôde não pensar no que o aguarda a si próprio? Este problema nos interessa a todos, pois todos nos submeteremos à lei. Importa-nos saber se, a essa hora, tudo está terminado, se a morte é apenas um melancólico repouso no aniquilamento ou, ao contrário, a entrada numa outra esfera de sensações.