No dia 21 de junho de 1970, a Taça Jules Rimet disse adeus às Copas do Mundo, assim como deram adeus os mexicanos e outros apaixonados por futebol ao mais belo Mundial da história. Um torneio de despedidas, e que desde o instante de seu apito final abraçou a eternidade.
Hoje, passados mais de cinquenta anos, seguem guardados na memória os lances que deram cor e movimento ao maior espetáculo que o futebol já concebeu. Como o gol que Pelé tentou do meio de campo ou seu drible de corpo em Mazurkiewicz, inimitável prenúncio de outro inesquecível quase gol do Rei; a defesa mais bonita de todos os tempos; o jogo do século, entre Alemanha x Itália; a goleada da seleção brasileira sobre os italianos na final, coroada com o gol de Carlos Alberto, feliz encontro entre o futebol e a arte.
Em «México 70», Andrew Downie faz mais do que apenas relatar esses episódios já tantas vezes ecoados. Com entrevistas inéditas e uma vasta pesquisa em arquivos e biografias, o autor dá voz aos verdadeiros protagonistas. São eles, os jogadores, que compartilham o que viveram nas concentrações e nos campos do México durante o Mundial.
Uma história oral narrada através dos depoimentos de participantes das dezesseis seleções, incluindo, é claro, os brasileiros tricampeões do mundo, responsáveis por estabelecer no Estádio Azteca, naquele 21 de junho de 1970, os limites do inalcançável em termos de beleza no futebol.