" A vida nas cidades / não é mais possível / me leve para as cavernas / […] onde não há contradição em mim". Onde habitam os bichos contra a vontade? Na poesia de Frederico Klumb, eles se encontram nos cenários urbanos mais comuns. Entre trens e filas de ônibus, podemos entrevê-los — sempre em deslocamento — nestes não lugares tão familiares, oscilando entre uma espécie de apatia fatigada e uma euforia cega. Klumb apresenta ritmos, sonoridades, cenas que invadem o pensamento de quem o lê e que ecoam por longo tempo, repercutindo dentro de cada leitor de uma maneira diferente.