A ousadia de Rodrigo Santos dá frescor à ficção policial numa trama sedutora que traz um retrato das periferias brasileiras com forte presença das religiosidades afro-ameríndias. Com originalidade, ele incorpora às narrativas contemporâneas a mitologia e o complexo de crenças, a visão de mundo herdada da África.
Macumba foi editado originalmente em 2016, esgotou em poucos meses e carecia de uma nova edição. Nele, Rodrigo Santos conta a história de Akèdjè e Ramiro — o primeiro, líder espiritual africano num passado distante; o segundo, um detetive da Polícia Civil no presente. Akèdjè era, em seu tempo, importante baba do povo Ketu, que originou, no Brasil, uma das nações do Candomblé. Ramiro, por sua vez, aparece no romance como policial, evangélico, competente e circunspecto.
Histórias de ontem e de hoje se sucedem a cada capítulo, mediadas por personagens, acontecimentos e o suspense envolvente da trama. Como diz Ecio Salles no prefácio da obra, Macumba junta-se à obra de Alberto Mussa, Nei Lopes, Luiz Antonio Simas e tantos outros, nessa tarefa urgente de repensar nosso mundo, nossa sociedade, nossa cidade. É, além de tudo, como ressalta a jornalista Flávia Oliveira, um contundente manifesto contra a intolerância religiosa.
«Macumba é um romance excelente, profundamente original, que pode ser lido em várias camadas. E que se impõe à nossa tradição literária, por sua ousadia antropológica, por subverter as velhas regras.»
Alberto Mussa
«Macumba traça um retrato contundente de uma periferia do Rio de Janeiro dilacerada pela violência e, ao mesmo tempo, extremamente criativa.»
Luiz Antonio Simas
«Em tempos de brutalidade crescente, Macumba é manifesto contra a intolerância religiosa. Tornou-se, por isso, leitura absolutamente necessária.»
Flávia Oliveira