O livro faz uma reflexão sobre o estado de incerteza do mundo atual. A imagem do nevoeiro é um elemento crucial na arte e na arquitetura contemporâneas — das obras de Olafur Eliasson e dos tornados perseguidos por Francis Alys às arquiteturas efêmeras e performáticas, como o “Blur building”, de Diller Scofidio, feito para a Expo'2002. Ela define também a consistência leitosa e enigmática de muitas das fachadas de edifícios contemporâneos, feitas com vidro serigrafado, jateado, ou placas de policarbonato. O nevoeiro é, além de tudo, uma metáfora crucial para se pensar a transformação do cotidiano pela tecnologia e o incessante movimento do capital financeiro pelo mundo, que se dá também em “nuvens”.