O ser interior é uma noção fenomenológica introduzida na psicanálise para expressar a realidade primária relativa ao ser essencial da pessoa. Distingue-se do self, que é uma forma de organização globalizante, apresentando-se como um campo de forças em estado de conflito. O contato da pessoa com seu próprio ser constitui uma função primordial.
Maior ou menor contato determinam graus de sanidade, como também de perturbação psíquica. O distanciamento de contato responde por fragilidade e por uso de sensorialidade, que vêm se instalar no self sob a forma de sistemas mentais determinantes. Nas perturbações psíquicas o paciente tende a “escolher” entre fragilidade a ou a sensorialidade, sob o distanciamento de contato.
Como os graus do distanciamento permanecem iguais, seja numa ou noutra modalidade de “escolha”, é possível organizar a compreensão das perturbações psíquicas em conformidade com um eixo de contínuo de contato. Neste, os sistemas mentais determinantes são classificados por graus, sendo que diferentes perturbações psíquicas correspondem a diferentes graus do contínuo.
Daqui se pode elaborar uma escala unificada de perturbações psíquicas, decorrentes da fragilidade do self ou do emprego da sensorialidade. Além disso, o eixo do contínuo de contato permite compreender os processos de abertura à experiência emocional, em que o contato com o ser interior se amplia em graus, determinando diferentes formas de expansão da consciência.