Uma mulher, uma voz, que muda o foco da sua carreira e decide se dedicar a amplificar as vozes de minorias sem contato com a mídia, especialmente outras mulheres, em zonas de desastres e conflitos internacionais. Esta é a proposta do livro «Vozes à Flor da Pele — uma humanitária brasileira em busca de propósito», de Fernanda Baumhardt.
Um dos diferenciais da obra é que a autora mescla a narrativa de suas missões a sua vida pessoal. Em ritmo de aventura, e às vezes beirando uma «série» de TV, ela revela os bastidores do mundo humanitário, um setor, em geral, distante e romantizado no imaginário das pessoas. Nas 244 páginas do livro estão expostos, sem filtro e com coragem, seus dilemas nos relacionamentos amorosos e as difíceis escolhas que teve que fazer pelo caminho. Sobressaem-se também as histórias de 11 mulheres — a maioria migrantes e refugiadas — entrelaçadas à voz e questionamentos da própria autora durante a sua trajetória.
Em grande parte de suas missões, por meio de técnicas de comunicação participativa, Fernanda encorajou pessoas em situações de crise a segurar o microfone, soltar a voz, filmar suas histórias e sugerir soluções humanitárias que possam gerar mais impacto em suas vidas. Na curadoria deste conteúdo e na edição da narrativa, a autora contou com a colaboração da jornalista, e ex-editora da revista Marie Claire, Rosane Queiroz. O prefácio é assinado por Maria Paula Carvalho, jornalista que foi da TV Globo e agora está baseada na Rádio France Internationale, em Paris.