«A Confissão de Lúcio» é uma narrativa que se insere no contexto modernista da literatura portuguesa, escrita por Mário de Sá-Carneiro e publicada em 1914. A obra apresenta uma estrutura introspectiva, onde o protagonista, Lúcio, faz uma confissão que se revela como uma fusão de suas angústias, frustrações e a sua busca por identidade em meio a um mundo em transformação. O estilo é marcado por uma prosa poética e densa, que reflete a influência do simbolismo e do lirismo, caracterizando-se por uma subjetividade profunda e uma exploração psicológica. A narrativa, permeada por elementos de sonho e alucinação, convida o leitor a adentrar na mente atormentada do protagonista, evocando um sentimento de desassossego e questionamento existencial. Mário de Sá-Carneiro, membro do Grupo Modernista de Lisboa e contemporâneo de Fernando Pessoa, foi uma figura proeminente da literatura portuguesa no início do século XX. Sua vida marcada por crises existenciais e a luta contra a alienação se reflete em suas obras, trazendo uma perspectiva única à literatura da época. «A Confissão de Lúcio» é uma das expressões mais autênticas de suas inquietações, revelando um autor em constante diálogo com as suas emoções e o mundo à sua volta. Recomendo «A Confissão de Lúcio» a leitores que buscam uma obra rica em simbolismo e profundidade psicológica. Sua beleza poética e a complexidade da narrativa fazem dela uma leitura essencial para quem deseja explorar as nuances da condição humana e as angústias da modernidade, além de contribuir para a compreensão do percurso literário que culminaria na produção de um dos maiores poetas da língua portuguesa.