A experiência vivenciada por Jesus na cruz de sentir-se abandonado é um mistério abissal mencionado pelos evangelistas Mateus e Marcos. Seu grito — “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Mt 27,46; Mc 15,34) — é algo tão misterioso que durante séculos a tradição cristã não ousou escrutar, tendo concentrado sua atenção em outros aspectos da Paixão.
«Esperei vinte séculos para me revelar a você. Se você não me ama, quem vai me amar?» É a pergunta interior que Chiara Lubich teve a impressão de perceber durante um momento de recolhimento e oração. Desde o início de sua aventura espiritual, ela havia pedido a Jesus Crucificado: «Dê-me a paixão de sua Paixão». No grito de Jesus na cruz, ela encontrou gradualmente o amor maior, a chave da unidade, o rosto de Deus que fala à humanidade de hoje.