Moraes Moreira é, antes de tudo, um homem apaixonado pela arte de seduzir e ser seduzido pelas palavras. Consagrado como cantor e compositor, o fundador dos Novos Baianos agora presenteia seus fãs com um livro de poemas, cantorias e cordéis. Poeta não tem idade reúne mais de 70 poesias que refletem o amadurecimento de uma tendência artística na vida deste baiano de Ituaçu. «A poesia chegou para mim depois dos 50 e está tomando conta da minha vida», revela o autor, que há algum tempo já incluiu declamações em seus shows pelo Brasil.
Dividido em quatro partes, o livro faz um passeio pelo nordeste retratado em cordéis e avança em versos mais livres ao abordar temas como os direitos humanos. As homenagens a amigos e ícones da cultura popular brasileira aparecem como ápice da narrativa de viagens, de tributos, de fatos históricos, de episódios que transitam entre o real e o imaginário.
«Passando de certa maneira a vida a limpo, Moraes recompõe, com sabedoria e maturidade, os cenários da infância, os laços de família, as relações de amizade, as esquinas do planeta, os becos da existência, o sentimento do mundo. Tudo é matéria viva da memória», avalia Júlio Diniz, que assina o prefácio do livro.
Tom Zé, mestre de Moraes nos seus primeiros passos na carreira artística, João Gilberto, Rita Lee, Elisa Lucinda, Gilberto Gil, os «eternos Dodô e Osmar» e muitos outros ícones da cultura popular brasileira são celebrados nas poesias melódicas do autor. As homenagens à família fecham com ternura esta viagem realizada pelo artista ao passado e presente de sua própria vida artística e pessoal.